domingo, 1 de abril de 2012

DONANA DO TANQUE

Reprisamos o texto sobre a Donana do Tanque de autoria da Heloísa Costa Azevedo, agora com um atrativo novo: a foto da Donana. A respeito dessa foto, Flavio Moreira escreveu: "procurei esta foto por mais de 10 anos, desde que criei a pagina fazendadotanque. creio ser esta uma única foto da Donana. acredito que muitos descendentes dela já ouviram falar nela mas não fazem a mínima idéia de como ela foi. ela está aí. sugiro que você a coloque junto ao texto que a Heloisa te mandou sobre ela.

eu estimo que esta foto seja de 1910, portanto, a foto tem mais de 100 anos. A Donana tem, na foto, a idade de 70 anos".


eis a foto:


Donana do Tanque 

Imagine sair de São João Del Rei, uma das maiores cidades da Província, perto da capital Ouro Preto, e radicar-se em São Francisco do Glória. Esse caminho foi percorrido por Anna Esméria Pereira Neves, Pio de Abreu do primeiro casamento e Moreira do segundo. Na Fazenda do Tanque Donana fez seu reino. Reino porque ali ela mandava, desmandava e comandava. A imagem de Donana do Tanque perpassa as gerações dos Pio de Abreu e dos Moreira. E há sempre um certo envaidecer e encantamento ao se falar dela. 

Desde pequena ouço causos de vovó Donana, mas certa vez, surpreenderam-me a veemência e o orgulho do narrador. Acompanhando meu avô José Martins de Abreu, neto de Donana, estávamos eu e meu irmão Júlio, a caminho de Vieiras, que meu avô teimava em chamar de Babilônia. O tempo seco deixava a estrada fofa de tanto pó. O mês anterior fora de muita chuva e estávamos em pleno veranico. O trajeto tornava-se mais longo pelo pouco movimento da estrada. Vez ou outra, um cavaleiro e raramente uma charrete. E no caminho, um avô meio filósofo e dois cansados netos. 
Para distrair-nos no trajeto poeirento de um dia quente e ensolarado de janeiro de 1964 ou 65, vovô ia contando suas histórias, mais ou menos assim: Aqui fulano divide terras com sicrano; lá começam as terras do beltrano; mais adiante aconteceu tal fato. E as histórias iam se desenrolando e a gente caminhando. Ao passarmos da ponte dos Pedros, sua voz muda de tom e sai emocionada agora estamos no Reino do Tanque. Não foram essas exatamente as suas palavras mas foi o que depreendi do seu olhar e do relato de suas lembranças. 

Anos mais tarde, causos da Donana do Tanque foram parte do livro de memórias O menino da Mata e seu cão Piloto, do escritor Vivaldi Moreira, neto dela. Também Paulo Fernando Moreira, um de seus bisnetos, contou histórias hilárias de Donana., no site sobre a fazenda do Tanque. 

Um comentário:

  1. Grande mulher. Guerreira. Conduzia com “mão de ferro” seu pequeno império. Era temida e respeitada. Não a conheci, infelizmente. Mas sou seu grande admirador. E, por sorte, sou seu bisneto. Sou filho do Sr. Joaquim Bonifácio da Costa que, por sua vez era filho da D. Jacinta de Abreu que, também por sua vez, era filha da Sra. Dona Ana, do Tanque. Daí o nome em pelo qual ela era conhecida: Sadonana do Tanque.
    Comentários do seu bisneto Joel Bonifácio da Costa.

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