domingo, 8 de abril de 2012

COMO NASCEU O JACARÉ

COMO NASCEU O ESPORTE CLUBE JACARÉ
Essa historia de encontro do Jacaré acabou me reavivando a memória de como nasceu esse grupo.
Não me lembro do ano exato em que tudo aconteceu, mas devia ser final da década de oitenta. Uma turma de amigos se reunia para uma pelada no terreno usado para armar circos, touradas e parques, terreno este onde mais tarde seria construída a sede da prefeitura atualmente transformada em escola. O local havia sido ampliado com terraplanagem  justamente para receber a obra da prefeitura. Como no Brasil todo terreno mais ou menos plano vira campo de várzea, com esse aconteceu a mesma coisa.
A pelada que originou a formação do Jacaré acontecia normalmente nos sábados e domingos à tarde. Corríamos bastante dentro dos limites de cada um e depois íamos até a represa nos refrescar no torneirão. Foi nessa época que surgiu o apelido de caruncho para o Ivani, filho do Evandro e primo do Ivan. Ele estava jogando como sempre com muita lentidão e economia de energias, e se a bola fosse lançada 30 cm à sua frente deixava passar e reclamava que o passe fora mal feito. Num momento de irritação, o Adenir da Fia falou: “Esse menino do Evandro tá morto, parece que está sendo comido por caruncho de milho”. Todos caíram na gargalhada e a partir daquele momento passaram a gritar com o Ivanir: “Vai Caruncho, cruza Caruncho, toca Caruncho, sai da banheira Caruncho”. E o apelido pegou.
Foi questão de tempo até que surgisse a idéia de fazer uma partida no estádio municipal e tivemos que escolher o nome do time. Mais uma vez foi a inspiração do Adenir que valeu.  Naquela época havia uma onda como essas que surgem de vez em quando principalmente em cidades pequenas, de dizer que quando alguém estava bêbado, estava abraçado com o Jacaré. Quando alguém falava, por exemplo, “o jacaré pegou o fulano”, era porque o fulano havia tomado  um porre.  Como invariavelmente depois da pelada e do banho no torneirão a gente ia tomar cerveja no Chico do Quito, o Adenir teve a idéia de chamar o nosso time de pré-jacaré, quer dizer, o que antecede à bebedeira.
Nosso primeiro jogo foi contra o AA (Alcoólicos Anônimos) numa ensolarada manhã de domingo. No sábado houve um baile em Vieiras e nós estávamos lá enchendo a cara. Fomos para o campo às 09 horas do domingo num sol de lascar, de ressaca e alguns ainda bêbados jogar contra o AA que estavam sóbrios há muito tempo. O resultado vocês já adivinharam: perdemos feio. O João Gamela ficava tirando sarro da gente: “vocês tem mais é que perder pois estão bêbados, e nós não bebemos”.
Ficamos com o AA atravessado na garganta e marcamos revanche. Resultado: reprise do primeiro jogo, a gente de ressaca, o AA fazendo gol e o Gamela tirando sarro. Insistimos na marcação de jogos com o AA que foi nosso primeiro grande rival, e demorou muito para que os vencêssemos. Foi preciso mudar radicalmente a tática, fomos sóbrios para o campo e deixamos para beber depois do jogo.
Outro rival tradicional daquele princípio foi o V-xame, o time formado pela família do Sr. Italiano.  Lembro-me do Ernesto ainda adolescente com a camisa do V-xame batendo lá na coxa e a manga chegando aos pulsos. E pensar que alguns anos depois ele seria o camisa 10 do Jacaré. Coisas da vida. Mas no inicio a rivalidade entre Jacaré e V-xame foi forte, com direito a bate-bocas entre Caruncho e Sr. Italiano, e de quase todo mundo do Jacaré com o Botonha.  Essa birra somente acabou quando o Toninho e o Botonha voltaram a residir em São Chico, abriram o Baton Bar e viraram integrantes do Jacaré. O Botonha, aliás, foi quem levantou o time que nessa época estava parado, e se tornou dos grandes líderes e incentivador dessa turma. A partir daí o nome do time passou a ser “Esporte Clube Jacaré”.

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